A síndrome do coração partido, cardiomiopatia induzida por estresse ou a cardiomiopatia de Takotsubo (Tako-tsubô são armadilhas de polvo que se assemelham a forma de um coração ferido) é uma condição que pode atacar até mesmo pessoas saudáveis.
A síndrome do coração partido, apesar do nome, não é a doença típica dos amantes frustrados. Apesar de ser uma condição rara (a literatura médica mundial registra cerca de 200 casos), ela atinge principalmente mulheres – cerca de 80% dos casos -, em geral que já tenham passado pela menopausa, com histórico de forte estresse físico ou emocional.
Os sintomas são iguais aos de infarto do miocárdio – o paciente sente uma dor no peito que pode gerar suores frios, náuseas, vômitos e vertigens. A dor pode se irradiar para a mandíbula e para as costas, além dos ombros e braços, geralmente o esquerdo.
No Japão, onde a doença foi descoberta nos anos 90, a síndrome foi denominada de Takotsubo, o nome de um instrumento de pesca de polvos, tendo em vista o formato achatado que a base do o coração do doente adquire, como se tivesse sido apertada. “Os médicos atendem os pacientes com os sintomas pensando ser um caso de infarto, porém o diagnóstico é descartado com o exame de cateterismo cardíaco, quando o resultado mostra que as artérias não se apresentam obstruídas”, explica o cardiologista Marco Antonio Mattos, do Instituto Nacional de Cardiologia.
Esta síndrome é de ocorrência muito rara, e acomete principalmente as mulheres de meia idade. Tanto pelo grupo de pessoas mais acometidas, como pelo seu nome, poderia haver a sugestão de que se trate de um envolvimento mais relacionado a coisas emocionais do que a uma doença orgânica do coração.
A doença foi pela primeira vez relatada no Japão; atualmente, já existem relatos de casos semelhantes nos Estados Unidos e mesmo no Brasil. De momento, o total de casos relatados na literatura médica não passa de 200. Provavelmente, existem mais casos de pessoas acometidas, mas que não foram diagnosticados por ser uma síndrome desconhecida.